O mundo dentro da cultura urbana se destrincha em diversas vertentes e proporciona um leque de infinitas possibilidades de se expressar, e dentro do Patins Street não deixa de ser diferente.
Conheça um pouco o universo de um patinador que se tornou ícone no Brasil não só por seu rolé mais pelos trabalhos sociais e pela sua arte.
Estamos falando de Maxwell Alexandre que nos deu a oportunidade de entrevista-lo em plena atividade, na última Etapa do Niss na pista da Cachangá em Recife-PE, onde ele compartilhou um pouco da sua arte nos obstáculos da pista.
Natural do Rio de Janeiro-RJ, Maxwell é residente da favela da Rocinha, palco recentemente visitado por, Roman Abrate, O Holandês Sven Boekhorst protagonista do projeto Citty Hopper, Cristina Grassely e Bia Guimarães.
Bizine: Nos conte um pouco da sua trajetória no patins street e o que o esporte vem lhe proporcionando ao longo do tempo?
Maxwell: Ando de patins street há 10 anos em uma caminhada bem consistente, todo esses trajeto me deu uma identidade, uma formação. Comecei a andar de patins street por causa de um personagem de videogame, onde me inspirei pois não queria ter uma vida “comum”, sempre busquei algum tipo de aventura. E ai a minha trajetória foi se desenvolvendo, fui evoluindo, competindo, gravando sessões e com isso conquistando o meu espaço. Consegui fechar as parcerias que eu precisava fechar com as marcas certas, com as marcas que tem sinergia com o que eu acredito. Hoje em dia eu me encontro em um momento delicado em minha trajetória, um momento de transição.Tanto que meu último trabalho se trata de um vídeo experimental, a partir dele pode ser possível entender como vivo o patins street atualmente, em breve lançaremos tudo na Vanguarda.
Bizine: Você tem um trabalho autoral e artístico, que interação tem com os esportes que você acredita e vem desenvolvendo deste projeto?
Maxwell: O projeto que venho desenvolvendo atualmente, se chama “Um só verbo, Expandir”, é um trabalho que tem como foco a promoção do Patins Street como cultura e informação, e ele aborda diversas problemáticas da cena, como os preços elevados do patins que chegam de fora, a falta de acesso direto ao consumidor, ao “boicote midiático”, a rixa com a hegemónica indústria do skateboarding. No todo é um trabalho bem social e político que visa explanar e mostrar para galera que anda de patins street e que não estão conscientes que estas situações acontecem. O projeto também tem uma grande ênfase em apresentar o patins street para as pessoas que não conhecem a modalidade. É um projeto bem auto-explicativo e didático, dentro deste projeto tenho feito muitas intervenções urbanas pela cidade através de pinturas, colagens, estou tentando mesclar a minha caminhada com as artes plásticas junto com o patins street, é isso que estou fazendo no momento.
Bizine: fale o que você esta achando desta expansão di NISS e deixe um salve para galera do Nordeste!
Maxwell: Então vim com o pé machucado doido para dar um rolé com a galera, mas como não vai rolar de andar, estou curtindo a vibe do Nordeste, dando uma de turista curtindo a cidade e a galera daqui do NISS, o que está fortalecendo a trip, mas uma vez mostrando que o patins street não é só rolé, mas é vivência, é amizade. Estou em recife pela primeira vez e quero agradecer primeiramente a Deus pela oportunidade de estar aqui fazendo esta trip, a VANGUARDA e a URBANFOR que tem me dado suporte para esta viajando e fazer um pouco do que eu gosto.
Texto: Thomaz Fire
Entrevistado: Maxwell Alexandre
Imagens: Thomaz Fire / Facebook e Instagram de Maxwell Axandre